Reajustes automáticos no MP e na advocacia pública de Rondônia são inconstitucionais, decide STF
A Constituição
Federal veda expressamente qualquer vinculação remuneratória que possa gerar
aumentos em cadeia.
Por unanimidade de votos, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucionais normas de Rondônia que vinculavam o reajuste dos subsídios dos membros do Ministério Público e da advocacia pública estadual, respectivamente, ao dos subsídios dos magistrados e dos promotores e procuradores de justiça. Na sessão virtual finalizada em 18/3, o Plenário do STF acolheu a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6610, ajuizada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. A corte também invalidou regras que previam a vinculação de vantagens pecuniárias de membros do MP à dos magistrados e membros dos Ministérios Públicos de outras unidades da federação.
Aumentos em cadeia
O relator da ação, ministro Ricardo
Lewandowski verificou que os dispositivos questionados - Lei Complementar
estadual 337/2006 (artigo 4°), Lei Complementar estadual 620/2011 (artigo 154,
parágrafo 2°), Lei Complementar estadual 831/2015 e Resolução Conjunta 1 /2017
(artigo 1°, parágrafo 6°) do procurador-geral de Justiça e do corregedor-geral
do Ministério Público – realmente promovem vinculações remuneratórias e, por isso,
acarretam a concessão de reajustes automáticos, tão logo sejam reajustados os
subsídios dos magistrados. “Os dispositivos questionados estão em dissonância
com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.
Citando diversos precedentes do STF,
Lewandowski ressaltou que houve ofensa direta ao artigo 37, inciso XIII, da
Constituição Federal, que veda expressamente a vinculação ou a equiparação de
qualquer espécie remuneratória para efeito de remuneração de pessoal do serviço
público, a fim de evitar aumentos em cadeia. Segundo o relator, também é
inconstitucional a vinculação das vantagens pecuniárias dos promotores e
procuradores de justiça às dos magistrados e dos membros dos ministérios
públicos de outros estados, por afrontarem o mesmo dispositivo constitucional e
a autonomia dos entes federados para concederem os reajustes aos seus
servidores.
VP/AD//CF
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