PONTO CRUCIAL Ação contra fim da contribuição sindical deve alegar inconstitucionalidade
17 de março de 2018, 8h35
Questionamentos sobre o fim da
contribuição sindical obrigatória — previsto na Lei 13.467/2017, conhecida
como reforma trabalhista — devem ser feitos por alegação de
inconstitucionalidade. Se no pedido de liminar esse ponto não é levantado,
então a ação deve ser rejeitada.
Esse foi o entendimento do juiz Marco Antonio Miranda Mendes, da 2ª Vara
do Trabalho de Dourados (MS), ao negar pedido do Sindicato dos Trabalhadores da
Indústria do Couro para que uma empresa fosse obrigada a voltar a impor a
contribuição sindical obrigatória aos empregados.
“O deferimento do pedido liminar (emissão de guias sem prévia
autorização dos trabalhadores), como já dito, encontra-se diretamente ligado à
prévia análise da inconstitucionalidade da lei citada. Acresce que não houve
pedido de que tal análise fosse efetuada via liminar, o que, por si só, já
seria suficiente para a rejeição da medida”, afirmou o juiz.
O magistrado ainda ressaltou que o sindicato deixou de seguir o novo
Código de Processo Civil ao não demonstrar a probabilidade de ter o direito que
pedia na liminar.
“Mesmo porque o deferimento dos pleitos está diretamente ligado à
declaração de inconstitucionalidade de texto de lei, o que, a meu ver, tal
questão desafia uma cognição mais esclarecedora dos fatos, o que somente poderá
ser verificado com a apresentação da defesa e regular produção de provas em
sede de instrução processual”, finalizou Miranda Mendes.
Mudança polêmica
Apesar do que determina a Lei 13.467/2017, alguns magistrados têm aplicado entendimento diverso e mantido a contribuição sindical. O desembargador Luís Henrique Rafael, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas-SP), por exemplo, além de divergir da nova lei, aproveitou para criticá-la em uma de suas decisões. Para ele, a reforma trabalhista "tem claro objetivo de desorganizar o sistema sindical vigente no Brasil".
As mudanças na legislação trabalhista
também são alvo, até o momento, de 20 ações no Supremo Tribunal
Federal. O fim da contribuição sindical obrigatória é alvo de 14 delas. Todas
alegam que a verba tem natureza jurídica tributária e, por isso, só poderia ser
modificada por meio de lei complementar.
Clique aqui para ler a
decisão.
https://www.conjur.com.br/2018-mar-17/acao-contribuicao-sindical-alegar-inconstitucionalidade
Comentários
Postar um comentário