Regra para reajuste do salário mínimo é contestada por aposentados
A ADI 5880 é contra dispositivo da Lei 13.152/2015,
que dispõe sobre a política de valorização do salário mínimo e dos benefícios
pagos pelo Regime Geral da Previdências Social (RGPS) para o período de 2016 a
2019.
30/01/2018 11h44
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força
Sindical (Sindnapi) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) a Ação Direta de Inconstitucionalidade
(ADI) 5880 contra dispositivo da Lei 13.152/2015, que dispõe sobre a política
de valorização do salário mínimo e dos benefícios pagos pelo Regime Geral da
Previdências Social (RGPS) para o período de 2016 a 2019. A presidente do STF, ministra
Cármen Lúcia, atuando no plantão judiciário durante as férias coletivas dos
ministros, requisitou informações à Presidência da República e ao Congresso
Nacional, considerando o princípio da razoável duração do processo e a
necessidade de impedir a descontinuidade do trâmite processual.
A Lei 13.152/2015 prevê que os reajustes para a preservação do poder aquisitivo do salário mínimo corresponderão à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulada nos 12 meses anteriores ao mês do reajuste. Na hipótese de não divulgação do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no período do cálculo até o último dia útil imediatamente anterior à vigência do reajuste, o Poder Executivo estimará os índices dos meses não disponíveis.
O dispositivo questionado (parágrafo 3º do artigo 1º) estabelece que, verificada essa última hipótese, os índices estimados permanecerão válidos sem qualquer revisão, sendo os eventuais resíduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. Para o sindicato, o dispositivo impugnado contraria o artigo 7º, inciso IV, da Constituição Federal, uma vez que “o salário mínimo, nacionalmente unificado, deve atender às necessidades básicas do trabalhador”.
Narra que a regra delega ao Poder Executivo federal poderes para corrigir o salário mínimo nacional abaixo da inflação, sem a possibilidade de revisar esse índice, caso se verifique inflação superior. “Claramente, verifica-se que apesar da sistemática de recuperação do valor do salário mínimo ter se mostrado eficiente, a brecha instituída no parágrafo 3º impossibilita seu efetivo cumprimento em caso de equívoco na previsão inflacionária”, aponta o sindicato.
De acordo com a entidade, em 2017, houve uma perda anual de R$ 13,00 no salário mínimo, contando o 13º salário. “Tal fato voltou recentemente a ocorrer, quando foi anunciado o aumento de salário mínimo para o ano de 2018 para o valor de R$ 954,00, acrescido de 1,81% sobre os R$ 937,00 que vigoraram durante 2017, percentual novamente inferior à variação anual do INPC, que, em 2017, foi de 2,07%”, afirma. Dessa forma, a perda em 2018 será de R$ 54,00 no ano.
O sindicato requer liminar para suspender a vigência do parágrafo 3º do artigo 1º da Lei 13.152/2015 e, no mérito, pede que o dispositivo seja declarado inconstitucional. O relator da ADI é o ministro Luiz Fux.
RP/AD
http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=368105
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