NOVOS FATOS - Fachin manda prender Joesley Batista e Ricardo Saud, do grupo J&F
10 de setembro de 2017, 9h42
O ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal, mandou prender os empresários Joesley Batista e Ricardo Saud,
do grupo J&F (controlador do frigorífico JBS), após a suspeita de que eles
esconderam fatos criminosos quando negociaram delação premiada. A decisão é
sigilosa, e a informação foi publicada neste domingo (10/9) pelo jornal O
Estado de S. Paulo.
O pedido de prisão foi apresentado na noite de sexta-feira
(8/9) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e
incluía o ex-procurador da República Marcelo Miller, suspeito de ter atuado
como “agente duplo” durante as discussões para o acordo, tentando convencer a
PGR a aceitar a colaboração. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo,
o ministro rejeitou o pedido sobre Miller.
Na segunda-feira (4/9), Janot anunciou solicitação
ao STF para rever benefícios concedidos a Joesley e Saud, pois tudo indicava
quebra de confiança. Em entrevista à imprensa, o procurador-geral disse
que denunciaria “fatos gravíssimos” aos jornalistas, envolvendo inclusive
“agentes do Supremo Tribunal Federal”.
As provas divulgadas às principais redações do país, no
entanto, mostram que Joesley e Saud foram gravados conversando sobre
como usar Miller para convencer Janot a aceitar a proposta de delação que eles
pretendiam fazer.
“Nós dois temos que operar o Marcelo direitinho pra chegar no Janot”,
diz Joesley, em um momento. Em outro trecho, depois de falar de conversas que
teve com Miller, ainda como procurador, afirma: “Nós somos joia da coroa deles.
O Marcelo já descobriu e já falou com o Janot: ‘Ô Janot, nós temos o pessoal
que vai dar todas as provas que nós precisamos’. E ele já entendeu isso”.
A gravação deixa claro que já estava tudo pronto para a delação, mas que
Joesley decidiu, após consultar Miller, esperar mais para entregar o material.
Nos áudios, os empresários também conversam sobre a possibilidade
de contratar José Eduardo Cardozo, que já foi ministro da Justiça e
advogado-geral da União, para se aproximar de ministros do STF.
Nas conversas, não se fala sobre
troca de vantagens com os ministros. São citados Gilmar Mendes, Cármen Lúcia e
Ricardo Lewandowski. Executivos do grupo, porém, afirmaram depois
que mentiram sobre as referências à
PGR e ao Supremo.
Pelo acordo com o Ministério Público
Federal, Joesley ganharia perdão judicial e poderia viver em
Nova York mesmo assumindo que pagou R$ 600 milhões para mais de mil
pessoas.
* Texto atualizado às 10h08 do dia
10/9/2017 para acréscimo de informações.
Revista Consultor Jurídico,
10 de setembro de 2017, 9h42
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