DISCRIMINAÇÃO SEXUAL - Fachin reitera pedido para julgar ação sobre doação de sangue por homossexuais
O ministro Edson Fachin, relator da ação no Supremo
Tribunal Federal que questiona normas que limitam doação de sangue por
homossexuais, reiterou pedido feito
à presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, para incluir o processo na
pauta de julgamento. Ele já havia informado que a ação estava liberada para ser
julgada em setembro do ano passado. O pedido recente é do último dia 7.
Ministro Edson
Fachin é relator da ação no Supremo que questiona normas que
limitam doação de sangue por gays.
A ação chegou ao Supremo porque o PSB questionou normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinando que os homens homossexuais são inaptos para a doação de sangue no período de 12 meses a partir da última relação sexual. O partido afirma que a situação é discriminatória, ofende a dignidade dos envolvidos e retira deles a possibilidade de exercer a solidariedade humana com a doação sanguínea.
A ação direta de inconstitucionalidade pleiteia que seja declarado
inconstitucional o artigo 64, IV, da Portaria 158/2016 do Ministério da Saúde e
o artigo 25, XXX, d, da RDC 34/2014 da Anvisa. Para o partido, as normas
questionadas vulneram os valores “mais essenciais” da Constituição, como o da
dignidade, igualdade e solidariedade.
As normas fazem com que os hospitais
e bancos de coleta de sangue, públicos ou privados, estejam proibidos de
receber sangue dos homens que se declararem homossexuais nas entrevistas feitas
antes do procedimento de coleta, pelo período a partir da última relação
sexual, diz a inicial, elaborada pelo advogado Rafael Araripe Carneiro,
do Carneiros Advogados. O Ministério Público Federal já se manifestou a favor da ação. A
Defensoria Pública e o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil também. A ADI tem 12 amici curiae, todos
favoráveis.
ADI 5.543
Marcelo Galli é repórter da revista Consultor
Jurídico.
Revista Consultor Jurídico,
12 de abril de 2017, 15h15
http://www.conjur.com.br/2017-abr-12/fachin-reitera-pedido-julgar-doacao-sangue-gays
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