RISCO DE CASSAÇÃO - Leia as alegações finais de Dilma Rousseff e Michel Temer ao TSE
25 de março de 2017, 13h53
A presidente cassada Dilma Rousseff e o vice dela nas eleições de 2014,
o atual presidente Michel Temer, apresentaram na sexta-feira (24/3) suas
alegações finais na ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral para
investigar se a chapa cometeu abuso de poder econômico durante o pleito.
A ação foi movida pelo PSDB, partido derrotado no segundo turno das
eleições, sob a alegação de que a chapa vencedora abusou do poderes
político e econômico e cometeu fraudes para vencer o pleito. Se julgada
totalmente procedente, pode levar à cassação de Temer.
Em petição assinada pelos advogados Marcus
Vinicius Furtado Coêlho, Paulo Lucon e Gustavo
Guedes, Michel Temer alega que a ação extrapolou, de forma ilegal, o objeto
inicial de investigar supostas fraudes envolvendo a Petrobras. O processo
apurava denúncias de caixa dois e fraude eleitoral, mas passou a apurar se
dinheiro da estatal alimentou a campanha por meio de contratos superfaturados
com empreiteiras.
Além disso, o peemedebista pede que suas condutas sejam julgadas
separadamente das de Dilma, já que, segundo Temer, eles não agiam em conjunto
na campanha eleitoral. Ainda, Temer argumenta que os fatos narrados no processo
não são graves o suficiente para cassar um presidente. Principalmente porque a
saída dele do cargo aumentaria ainda mais a crise política e econômica pela
qual o Brasil passa.
Sem irregularidades
A defesa de Dilma pede que a ação seja julgada totalmente improcedente. Ela sustenta a lisura da eleição, rebate outras acusações e contra-ataca, alegando que não pesam contra a presidenta deposta suspeitas de envolvimento direto em pedidos de propina, o que não se pode dizer do candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves, que foi citado nominalmente por executivos da Odebrecht como pedinte de dinheiro em caixa dois. Por isso, a ex-presidente pediu a abertura da investigação das contas do tucano.
A defesa de Dilma pede que a ação seja julgada totalmente improcedente. Ela sustenta a lisura da eleição, rebate outras acusações e contra-ataca, alegando que não pesam contra a presidenta deposta suspeitas de envolvimento direto em pedidos de propina, o que não se pode dizer do candidato derrotado nas urnas, Aécio Neves, que foi citado nominalmente por executivos da Odebrecht como pedinte de dinheiro em caixa dois. Por isso, a ex-presidente pediu a abertura da investigação das contas do tucano.
Nas alegações finais, assinadas pelos
advogados Flávio Caetano, Arnaldo Versiani, Renato
Moura Franco e Breno Bergson Santos, a petista rebate a
tese da separação da chapa eleita em 2014. Até porque, segundo ela, foi Temer
quem se encontrou com Marcelo Odebrecht, em 2014, no Palácio do Jaburu,
residência oficial do vice-presidente da República, onde participou de
conversas sobre doações eleitorais.
Dilma Rousseff também afirma a impossibilidade de a campanha da
reeleição ter sido abastecida majoritariamente com recursos ilícitos, como
sustenta o PSDB no processo. “Como cogitar de abuso de poder político dos réus
se Aécio Neves e PSDB receberam 31,38% das empreiteiras em relação ao total
arrecadado?”, sustenta a petista.
“O que interessa é deixar absolutamente claro que não há, e jamais
haverá, qualquer afirmação ou informação, nem em depoimentos, nem em termos de
colaboração premiada, de que Dilma Rousseff tenha
qualquer participação direta ou indireta em atos de corrupção para obtenção de
doações eleitorais, seja no âmbito da operação “lava jato” ou de qualquer outra
investigação”.
Ela também reclama de cerceamento da defesa, pois só oito das 42
testemunhas ouvidas foram de defesa, e a corte negou praticamente todos os
requerimentos apresentados.
Ainda, a ex-presidente garante que “jamais teve qualquer relação de
proximidade com Marcelo Odebrecht e nunca fez qualquer reunião em particular
com ele, nem tratou de qualquer assunto que tivesse relação direta ou indireta
com suas campanhas eleitorais”. E mais: ela também nega que o ex-ministro da
Fazenda Guido Mantega tenha pedido doação ilegal de R$ 50 milhões a Odebrecht
para a campanha dela em 2010.
Clique aqui para ler as alegações finais de Michel
Temer.
Clique aqui para ler as alegações finais de Dilma Rousseff.
Clique aqui para ler as alegações finais de Dilma Rousseff.
Ação de Investigação Judicial
Eleitoral 1943-58
Sérgio Rodas é repórter da revista Consultor
Jurídico.
Revista Consultor Jurídico,
25 de março de 2017, 13h53
http://www.conjur.com.br/2017-mar-25/leia-alegacoes-finais-dilma-rousseff-michel-temer-tse
Comentários
Postar um comentário