INVESTIGAÇÃO INTERNACIONAL - Odebrecht e Braskem fecham acordo e pagarão US$ 3,5 bilhões por propinas
21 de dezembro de 2016, 17h53
A Odebrecht confessou para a
Justiça dos Estados Unidos que pagou US$ 788 milhões em propinas para membros
de governos de 12 países em um esquema que se iniciou em 2001. O anúncio foi
feito nesta quarta-feira (21/12) pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ). A
empresa e a Braskem (companhia controlada por ela em
parceria com a Petrobras que já havia anunciado acordo) irão pagar
US$ 3,5 bilhões para resolver litígios nos Estados Unidos, Brasil e Suíça.
Trata-se do maior acordo já feito na história mundial em um
caso de corrupção.
Do total de supostas propinas, US$
439 milhões foram pagos no exterior e US$ 349 milhões no Brasil, segundo
reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Em troca dessas propinas,
segundo o DOJ, a Odebrecht obteve R$ 12 bilhões, ao câmbio de hoje, em
benefícios com contratos nesses países.
Caso da empreiteira
No caso das investigações que envolvem apenas a Odebrecht, a investigação, feita pelo DOJ em parceria com o Ministério Público Federal do Brasil e autoridades da Suíça, aponta que o esquema era comandado pela direção da empresa e envolvia contas em paraísos fiscais e empresas de fachada. Novamente é citado o “departamento de operações estruturadas”, divisão interna da Odebrecht destinada a tratar de propinas.
No caso das investigações que envolvem apenas a Odebrecht, a investigação, feita pelo DOJ em parceria com o Ministério Público Federal do Brasil e autoridades da Suíça, aponta que o esquema era comandado pela direção da empresa e envolvia contas em paraísos fiscais e empresas de fachada. Novamente é citado o “departamento de operações estruturadas”, divisão interna da Odebrecht destinada a tratar de propinas.
Os Estados Unidos e a Suíça ficarão com 10% cada da multa paga e
o Brasil com os 80% restantes. O valor será pago ao longo de 23 anos
e a soma das parcelas será reajustada de acordo com a taxa Selic. Segundo
a empresa, o pagamento da multa será viabilizado por meio de uma combinação de
vendas de ativos já planejadas anteriormente e de geração de caixa das
operações continuadas
Cooperação na investigação
Inicialmente a multa estipulada foi de mais de US$ 4 bilhões, mas a companhia conseguiu abater 25% do total por ter cooperado de forma irrestrita com as investigações. Já a Braskem obteve 15% de desconto por sua cooperação.
Inicialmente a multa estipulada foi de mais de US$ 4 bilhões, mas a companhia conseguiu abater 25% do total por ter cooperado de forma irrestrita com as investigações. Já a Braskem obteve 15% de desconto por sua cooperação.
As propinas foram pagas em mais de 100 projetos em 12 países, incluindo
Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala,
México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.
*Texto alterado às 18h27 desta quarta-feira (21/12) para
correções.
http://www.conjur.com.br/2016-dez-21/odebrecht-fecha-acordo-pagara-us-35-bi-propinas-12-paises
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