DECISÃO: Tribunal mantém jubilamento de estudante de medicina que após 19 anos em faculdade pública foi reprovada 14 vezes
18/10/16 18:45
A 5ª Turma do Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, por unanimidade, negou provimento à apelação de uma
estudante de medicina contra a sentença da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária
do Piauí que julgou improcedente o pedido por meio do qual a autora pretendia
ser reintegrada ao curso de Medicina do qual fora jubilada.
O juiz de primeira instância negou o
pedido da aluna ao fundamento de que é razoável o critério utilizado pela
Fundação Universidade Federal do Piauí (FUFPI) para o cancelamento da matrícula
de aluno que tiver três ou mais reprovações na mesma disciplina, pois a
prestação do ensino superior pelas universidades federais é custeada pelos
recursos públicos, de modo que a permanência do estudante nos bancos acadêmicos
sem um aproveitamento mínimo representa em um gasto inútil do erário, mormente
porque ocupa este aluno uma vaga que poderia ser aproveitada por outro
estudante.
Em suas alegações recursais, a
demandante argumenta que o motivo dado ao ato de cancelamento de sua matrícula
no referido curso, no caso, a existência de três reprovações na mesma
disciplina, não se sustentaria, uma vez que as reprovações ocorreram há mais de
dez anos e anteriormente ao ato de sua reintegração no curso de Medicina,
ocorrido por meio de resolução.
Ao analisar a questão, o relator,
desembargador federal Néviton Guedes, destaca que são válidas as normas regulamentares
que impedem a renovação de matrícula dos alunos que, ao longo do curso,
demonstram desinteresse ou incapacidade para a formação a que se habilitaram.
O magistrado considera legítimo o ato
da Fundação Universidade Federal do Piauí (FUFPI) que determinou o jubilamento
da autora em virtude de ela ter sido reprovada na mesma disciplina por três
períodos consecutivos no curso de Medicina (Farmacologia para Medicina).
Afirma o magistrado, na hipótese, que
“não se verifica a ocorrência de nenhuma ilegalidade no procedimento
administrativo que culminou no desligamento da autora, considerando que, ao
longo dos 38 períodos letivos, isto é, 19 anos, em que manteve vínculo
acadêmico com a UFPI, houve 14 reprovações, o que demonstra o seu desinteresse
pela vida acadêmica”.
Nesses termos, o Colegiado,
acompanhando o voto do relator, negou provimento à apelação.
Processo nº:
0026318-92.2014.4.01.4000/PI
Data do julgamento: 13/04/2016
Data da publicação: 09/09/2016
Data da publicação: 09/09/2016
VC
http://portal.trf1.jus.br/portaltrf1/comunicacao-social/imprensa/noticias/decisao-tribunal-mantem-jubilamento-de-estudante-de-medicina-que-apos-19-anos-em-faculdade-publica-foi-reprovada-14-vezes.htm
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