Audiência de Custódia evita mais de 6 mil prisões desnecessárias
Desenvolvido pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) com diversos tribunais brasileiros, o projeto Audiência de
Custódia já evitou 6 mil prisões desnecessárias ou ilegais desde fevereiro,
resultando em economia de mais de R$ 455 milhões aos cofres públicos e
registrando uma média de soltura de 50% Os dados foram apresentados nesta
sexta-feira (18/9), durante lançamento do projeto no Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro (TJRJ), o vigésimo a receber a iniciativa.
Em coletiva com a imprensa local, o
presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski,
explicou que as audiências de custódia não agravarão a criminalidade nem
representam leniência com o preso, pois ainda que solto provisoriamente, ele
será processado normalmente. "Quando evitamos que a pessoa entre no
sistema carcerário, na verdade evitamos agravamento de criminalidade",
disse.
O ministro explicou que o projeto tem
atendido muitos jovens primários no crime, que cometeram delitos de menor
potencial ofensivo e que, caso condenados, não cumpririam pena na cadeia.
"Prendê-los em regime fechado é uma enorme injustiça. São pessoas que,
mediante essa oportunidade, podem ser recuperadas ao convívio social, deixam de
sofrer maus-tratos e não serão aliciados pelas organizações criminosas",
disse.
Dados - Primeiro a receber o projeto do CNJ em
fevereiro, São Paulo tem a maior população carcerária do país e registrou o
maior índice de liberação de presos (3,6 mil), evitando a construção de sete
novos presídios - um presídio padrão comporta 500 presos e tem custo de
construção de R$ 40 milhões, em média. Outros estados que aderiram ao projeto
ainda no início, Espírito Santo, Maranhão e Minas Gerais registraram,
respectivamente, a liberação de 970, 404 e 329 presos em flagrante. Quando o
projeto estiver em todo o país, estima-se a liberação de 120 mil presos e economia
de até R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos.
Federal - O ministro informou aos jornalistas que o
projeto chegará a todos os estados do país até o dia 9 de outubro, inclusive
com lançamento na Justiça Federal por meio de acordo com o Conselho da Justiça
Federal. "Faremos experiência pioneira em Foz do Iguaçu, tendo em conta o
grande numero de prisões de sacoleiros, envolvidos em um ilícito penal de menor
ofensividade e sem violência", explicou. Ainda segundo o ministro, o CNJ
convidará em breve outros países da América do Sul para conhecerem o sucesso da
iniciativa.
Acesse aqui o álbum com fotos do evento.
Deborah Zampier
Agência CNJ de Notícias
Agência CNJ de Notícias
http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/80470-audiencia-de-custodia-evita-mais-de-6-mil-prisoes-desnecessarias
Comentários
Postar um comentário