Ministro do STJ determina investigação de governadores citados na Lava Jato
DECISÃO
O ministro Luis
Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou
nesta quinta-feira (12) a abertura de inquérito para investigar os governadores
do Acre, Tião Viana (PT), e do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Os
dois são suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras,
revelado pela operação Lava Jato.
Salomão atendeu
ainda solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e desmembrou o caso
em dois inquéritos: um sobre Tião Viana e outro que investigará acusações
contra Pezão, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e seu
ex-secretário da Casa Civil Régis Fichtner.
O ministro também
retirou o segredo de Justiça de todos os procedimentos processuais, com exceção
dos dados que resultem de quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e
telemático.
Segundo depoimento
de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras que se
tornou um dos delatores da operação Lava Jato, Pezão, Cabral e Fichtner teriam
recebido vantagem econômica indevida na construção do Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro. Tião Viana, por sua vez, teria recebido dinheiro oriundo de
propina recolhida de empresas contratadas pela Petrobras.
Diligências
Na decisão, o
ministro Salomão autorizou as primeiras diligências solicitadas pela PGR e
determinou a expedição de ofício ao delegado diretor do Departamento de Combate
ao Crime Organizado, em Brasília, para que cumpra os prazos indicados.
Entre as diligências,
a Polícia Federal deverá coletar no HotelCaesar Park, em Ipanema, no Rio,
informações e documentos – incluindo imagens e registros de entrada e saída –
relacionados a uma reunião realizada no primeiro semestre de 2010 em um de seus
quartos, possivelmente locado por Regis Fichtner.
A PF terá 60 dias para
ouvir Cabral e Fichtner, além dos executivos Cláudio Lima Freire (da
empresa Skanska), José Aldemário Pinheiro Filho (OAS), Ricardo Ribeiro
Pessoa (da UTC), César Luiz de Godoy Pereira (Alusa), Ricardo Ourique Marques
(Techint), Rogério Santos de Araújo e Márcio Faria da Silva (ambos da
Odebrecht).
Em 90 dias, a PF deve ainda promover
a análise das doações realizadas aos comitês financeiros da campanha
eleitoral de 2010 para os governos do Rio de Janeiro e do Acre registradas
no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), além de apresentar relação de vínculos com os fatos
em apuração
Comentários
Postar um comentário