Para presidente do STJ, dados do Justiça em Números ressaltam necessidade de ampliar reformas no Judiciário
O presidente do Superior Tribunal
de Justiça, Francisco Falcão, defendeu a aprovação de novas reformas no
Poder Judiciário como um dos caminhos para resolver os problemas de
congestionamento, lentidão e aumento progressivo das demandas judiciais no
Brasil. O ministro comentou os dados do relatório Justiça em Números
2014do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado nesta
terça-feira (23), o qual revelou que o número de processos baixados
a cada ano pelos magistrados brasileiros cresceu 9,3% desde 2009, mas ainda é
inferior à quantidade de casos novos que ingressam anualmente na Justiça.
O número de processos em trâmite na
Justiça brasileira chegou a 95,14 milhões em 2013. Desses, 66,8 milhões já
estavam pendentes no início de 2013 e 28,3 milhões representam casos novos que
ingressaram ao longo do ano.
O ministro defende a aprovação da PEC
209/12, que disciplina a análise da admissibilidade do recurso especial,
avaliando dessa forma a relevância da questão federal a ser decidida. Com isso,
segundo explicou, será necessário demonstrar que o caso ultrapassa interesses
subjetivos. “Trabalharemos para a sua aprovação, pois entendemos que, com as definições
claras, tanto o STJ como o Supremo Tribunal Federal (STF)
poderão, juntos, dar mais celeridade aos milhões de processos que passam pelos
tribunais”, acrescentou.
Demandas de massa
Logo que assumiu a presidência do
STJ, o ministro Francisco Falcão determinou que fossem analisados com mais
rapidez os chamados recursos repetitivos que estejam entre os
de maior demanda da população, como por exemplo os que envolvem bancos e
empresas de telefonia. Com isso, em um único julgamento o STJ poderá resolver
de uma só vez de 50 a 200 mil processos judiciais. Para tanto, o presidente do
STJ determinou a ampliação do Núcleo de Recursos Repetitivos (Nurer), que
passou a ser coordenado pelo também ministro do STJ Paulo de Tarso Sanseverino.
“Vamos priorizar o julgamento destes
recursos e fazer um apelo aos relatores para que acelerem sua tramitação,
principalmente aqueles casos que envolvam um grande número de
pessoas que estejam litigando. Tenho convicção que deste modo vamos dar mais
celeridade aos julgamentos de causas importantes”, afirmou Falcão, que defende
ainda a promoção de métodos como a conciliação, a mediação e a arbitragem nas
instâncias do Judiciário.
Os dados do Justiça em
Números relativos ao STJ mostram que o total de processos baixados
aumentou 5%. No período entre 2011 e 2013, a produtividade dos ministros da
corte aumentou 44% (cada ministro baixou em 2013 uma média de quase 3 mil
processos a mais do que a média aferida em 2011). No entanto, o esforço dos
magistrados da maior corte superior do país não foi capaz de fazer frente ao
aumento da demanda processual de 14,3% no ano passado.
Na média, cada um dos ministros
conta, atualmente, com uma carga de 21,6 mil processos, segundo o relatório
do CNJ. No total, o STJ conta com 713.258 processos, entre os
quais figuram 299 mil novos casos, 314 mil casos pendentes, 86 mil
recursos internos novos e 14 mil recursos internos pendentes.
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